13.11.08

malabarismo em garrafas

quando percebo, as palavras se perdem e tropeço em meio a tantas sílabas e fonemas malucos. o sorriso abre-se tão facilmente porque não tem mais para onde ir, e rodopia sem-vergonha entre aqueles de chapéu verde com pluma.
se quero o mundo, não quero conhecer os monumentos e cidades famosas. quero conhecer pessoas de todas as pátrias. quero descobrir como exprimem sentimentos, como sentem a saudade, como falam de amor. quero desvendar almas em outras línguas.
quando vejo garrafas pululando de lado pra outro, entre copos e coqueteleiras, percebo que meu destino está lá, escondido. me provoca um fascínio miraculoso, será minha passagem para onde meu coração quiser me levar. e eu deixo que leve.
se ícaro não alcançou o céu, não foi porque suas asas eram de cera, mas porque mirou no céu errado.
pessoas são fantásticas e o mundo é metafísico.