3.3.20

olha só o ponto que a gente tá.
(a gente, digo, eu. mas prefiro fingir que tenho companhia nesse barco furado.)

quando vejo algum amor antigo com um outro alguém consigo sinceramente ficar feliz por ele, mas porque, na minha cabeça, a nova escolhida com certeza é melhor* do que eu e assim meu antigo amor provavelmente está mais feliz.

(*em "melhor" a gente pode colocar fatores físicos ou psicológicos, ou emocionais, ou de ausência de maiores complicações desnecessárias, ou qualquer coisa que o valha)

29.8.19

expatriada

aquele tempo ficou pra trás
eu nunca fui feliz ali

8.3.19

i left my shoes under your bed

"vou te levar comigo numa bagagem que ninguém rouba.
que aeroporto nenhum extravia.
que mundo nenhum me toma:
minha lembrança mais humana e completa
de você"
(textos cruéis demais para serem lidos rapidamente)







tem uma coisa incrível que eu faço quando tô mal, mas sempre esqueço de fazer quando volto a ficar mal. quero registrar isso pra lembrar de fazer.

abro vários blogs. leio queridos desconhecidos. releio amigos que pararam de escrever em 2013. coloco uma playlist bem aconchegante que me embrulha em um abraço, enquanto o coração vai ficando quentinho. dentro de uma bolha de sensações que são só minhas.
e rir de lembranças boas e chorar de saudade. e expurgar remorsos e dores que vão voltar algum dia, mas hoje não.

ah, hoje não.

6.9.18

green eyed boy

vai fazer dez anos. e eu não sei te dizer porque nunca me apaixonei por você.
até parece bem plausível que isso tivesse acontecido, pensando agora, lembrando do passado.

a gente enchia a cara de poucos 15 anos com aquelas bebidas de merda que eram baratas e tinham gosto de perigo. e contava com ajuda de conhecidos pra conseguir chegar no metrô com as pernas mais bambas possíveis. e vomitava no vagão, no banheiro do mc donald's, no banheiro da sua casa.

encontrei num caderno antigo uma lista antiga de desejos antigos. um dos itens era "ir numa festa a la greeneyed". era muito divertido quando você chegava na balada com cervejas nos bolsos do casaco e umas garrafinhas de seiláoque destilado. no caminho dessas festas eu sempre escutava aquela música "todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite", e estranhamente essa melodia brega me fazia sentir muito bem.

até hoje uma das coisas que mais me remete a liberdade é quando lembro da janela grande do seu quarto, batendo um vento bem fresco at 3am and a bottle full of god damn sexy songs no coração do jabaquara.
a gente tinha planos bons, meu grande amigo.

mas acho que sua mãe me odiava.

13.9.17

como você se sentiria vendo seu amor amar um outro alguém?
e mesmo que isso fosse no passado?

no passado concomitante, é muito doido rememorar e assistir os episódios pela segunda câmera.

8.6.17

system of a dawn

a verdade toda é que no fundo, lá no fundo, eu queria que as dedicatórias no começo dos livros tivessem meu nome. queria que aqueles textos fossem pra mim, que o ensaio fotográfico remetesse às fases do nosso relacionamento. queria ser inspiração como algumas pessoas são pra mim.
independente de existir o amor romântico, é essa agitação que o outro causa que sacode e traz novos ares. eu queria ser a melissa de alguém.

mesmo assim, vai ficar tudo bem.
vou descobrir outro esporte que vai me devolver a dopamina, vou colocar meus fones de ouvido com aquela playlist querida, tomar um café no fim da tarde, sentar na beira da praia vermelha e ver a noite cair.
se às vezes acontece de eu parecer egocêntrica (ou introvertida) demais, é porque eu sou a única coisa que eu tenho. aprendi a andar de mãos dadas comigo nas reflexões noite adentro e a acenar pra solidão, como uma velha companheira.
vai ficar tudo bem. porque sempre ficou.

7.2.17

volta o cão arrependido

pois é, vez ou outra eu volto.
geralmente quando tá vazio ou quando dói demais.

não queria ser um fardo, apesar de você afirmar com veemência que não sou um problema. eu te gosto demais e acho que você é o amor da minha vida.
é engraçado né? que a gente se acostume a falar sobre amores sortidos, amores não concretizados e idealizados, e quando o amor chega mesmo, a gente já não sabe mais como falar sobre isso.

e eu pensei durante tantos anos que minhas grandes questões da vida eram amorosas. acho que todo esse tempo me distraí do ponto principal. quando eu te vi pela primeira vez, soube que queria ficar perto dessa paz que você exala. e quando a gente se amou, acho que minha distração se partiu.
e percebi que tô perdida. eu tô perdida há muito tempo.
eu fui embora porque precisava me encontrar.
e hoje procuro textos, desenhos, sentimentos antigos meus, tentando encontrar partes minhas mal resolvidas. eu volto no passado de vez em quando, vasculhando meus pedaços.

não sei o que vai ser daqui pra frente.

6.6.15

"Às vezes eu não faço idéia do que fazer pra melhorar minha estadia aqui. Ontem estava pensando que faltava assistir filmes, coisa que gosto muito e não faço há muito tempo e ler livros que tenho vontade. Mas hoje desanimei novamente com tudo. Tem dias que me sinto muito só."

2011 e tudo o que mudou para 2015 foi a reforma ortográfica.

7.2.15

schweppes com cachaça

conversa antiga com alguém que no lugar do nome aparece "facebook user".
(um termo genérico pra designar uma pessoa que deletou o próprio facebook)

facebook user manda um arquivo de roteiro. explica-o: "o garoto não seguiu seu sonho, a garota na verdade é a personificação da consciência dele. falo sobre dom casmurro porque acho que serei um bentinho no futuro, vou amar alguém e serei um idiota e ela vai me deixar. você: meu amor. mas só posso ser padrinho"

ignorei metade, não entendi. nem me esforcei pra falar a verdade. só compreendi quando reli: 2 anos depois. será que você me amava?

"porra, o bruno se matou".

e de repente me deu um medo gigante de que você sumisse também.

14.11.14

paralelo

quando eu era adolescente, minhas descrições de perfil costumavam ser:
"finding a way to save the world"
hoje em dia se tornaram mais:
"finding a way to me sentir menos hipócrita"

bem-vinda, vida adulta.