13.6.12

não é pasárgada

foi um velho amigo, daqueles que a gente vê só de vez em quando, mas mantém um carinho imutável, que me disse uma vez que o lugar que aparecia nos meus sonhos se chamava kansas city.
que lá a grama podia não ser tão verdinha como nos filmes de hollywood, mas tinha um riacho que a gente se arriscaria a navegar em barquinhos. e se fizesse frio, queimaríamos marshmallows na fogueira.

me imagine atravessando os largos portões, trazendo nas mãos nada além de nossa inocência nos tempos antigos. vestindo apenas um sorriso sincero. e despida de todas as grandes expectativas de ser gente adulta.
quando as nuvens se aproximarem e começar a chover, estaremos todos juntos, nos abrigando do frio. o cheiro de grama molhada entra pelas narinas e a gente pode ter certeza de que o se futuro for tão incerto quanto nossas referências, pelo menos nossos corações estariam a salvo.

num dia qualquer a gente se encontraria no centro da cidade, no meio dos barcos e marshmallows. nesse dia a garoa não ia atrapalhar nossos planos, só molhar os cabelos.
e então eu diria que talvez kansas city não seja aquela cidade no missouri. talvez, mesmo no meio do concreto e de ar condicionado, eu encontre a graminha não-verde, a calma, e você. e eu.