29.11.08

volátil, evapora!

certamente morrerei e talvez deseje isso. mas não agora.
não vou evitar sentir tristeza nem raiva, tampouco alegria. quando tudo parecer perdido vou sentir todo o peso do mundo, vou chorar, superar. no dia seguinte a página estará virada, sem cicatrizes. porque isso que é a vida e fugir de sofrimento fará não sofrer, mas também não crescer, não adquirir bagagens. e lhe tenho apreço demais pra deixar tornar-se banal. o amor de romeu e julieta é tão belo e eterno porque morreram no auge. a morte eterniza, a vida excessivamente longa deteriora.
o conceito de vida eterna, que algumas entidades zelam, é a aniquilação do romantismo. renúncia à fervorosa paixão pela vida e tudo que nela está incluso. ninguém nunca fará nada se sempre existir um amanhã. a outra pessoa nunca saberá o que você sente porque você nunca vai ter medo que ela morra sem saber. e não existirá a intensidade de "é a última vez..."

sou efêmera e perco pessoas. deixo-as, indo sempre embora. não é uma qualidade, é um problema adquirido há algum tempo. mas pelo menos, acima de tudo, me apaixono por cada uma e as levo sempre comigo, a cada riso, a cada partida.

eu vou embora. não agora. mas sempre vou.