29.7.09

conversas vespertinas

há algum tempo perdi as palavras bonitas, mas o significado delas ainda está entranhado em mim. não as tenho em mãos e língua para dizer o quanto você está errado em pensar que o mundo é só isso. as perdi na hora em que precisava tê-las para atirá-las te fuzilando, para banhar-se numa realidade mais colorida. e você quis me convencer que tudo isso é uma merda, que é tudo obra de um sistema, que eu sou uma burguesinha reacionária que não se importa, que quanto mais o tempo passa mais porca fica nossa vida com o emaranhado de lembranças de tempos que foram bons e hoje tudo é tão errado.
tão errado está você. política não discuto, mas importar-se não significa tomar as dores do mundo e viver sempre mal em empatia aos desastres mundanos.
se o mundo está essa merda toda, prefiro aprofundar-me a elevar o que faz bem. pra quê ficar a rever as fotos em preto e branco e lamentar-se quando existem filmes tão gostosos que nos remetem a sentir que a humanidade tem cura e que a gente vai dar um jeito nisso.

ainda não encontro as palavras certas. mas espero que um dia possa enxergar com minhas retinas. a beleza está nos olhos de quem vê e o mundo está nas mãos de quem sonha mais alto.