quanto mais o tempo passa, mais amargo fica o gosto que amarra a língua. às vezes você mastiga meu coração e tem ardido um bocado. as contradições vão cobrindo meus olhos e já não sei o que enxergo. a corda bamba que tenho andado tem oscilado um tanto mais. ainda que fosse tudo mentira, se ao menos você estivesse aqui para aquecer as minhas mãos, tenho sentido tanto frio!, talvez pudesse esquecer a bomba-relógio que me talha. mas quando preciso, é como se nunca tivesse existido. e não quero mais precisar de você. não quero sentir tanto a sua falta, tampouco desejar te ter tão perto a ponto de sentir sua respiração. não quero apostar tanto sentimento numa simples abstração.
hoje a única certeza que tenho de mim é que vivo de fases. vivo de extremos, de intensidades. pode parecer romântico à primeira vista, mas é o diabo. ultimamente o tiro vem certeiro na alma. de resto, ainda me busco.
e no fim, que diferença haveria de fazer, senão apenas para mim?
de tempos pra cá, mal consigo bolar palavras mirabolantes para despertar sonhos escondidos. meus textos têm saído sem sentido, caso seja espelho da alma, concluo que fiquei biruta.
